domingo, 30 de agosto de 2015

A verdade

Ouço músicas que são verdadeiras declarações de amor; belas, tristes, simplistas, mas completamente profundas.
Assim são as músicas que me deixo entregar. Me entrego profundamente; de alma e coração. Não me importo em repetir o título, se for necessário, coloco pela vigésima vez a mesma canção.
Deixo a minha mente dizer quando está suficiente, pois se me deixasse depender do coração, meu bem, ficaria a eternidade.
É o meu momento.
Momento de me sentir completa e em êxtase ao ouvir palavras calmas, tristes e profundas. Sem medo de chorar, permito que as lágrimas escorram lentamente e as deixo pingar e encontrar o chão, um chão frio e duro, assim como tantos corações que já vi em minha vida.
Não tenho experiências com amores, paixões ou qualquer outro tipo de sentimento desse porte, mas me permito imaginar em um amor, em um coração; rindo, chorando e ouvindo doces palavras, estas que podem ser simples, porém, sinceras.
Deixo que a última letra da música seja dita, e desligo.
Paro em meu quarto, sento na minha cama e fico alguns minutos em um doce silêncio. Em meu próprio silêncio que se mostra ingênuo e doloroso ao mesmo tempo.
Depois dessa breve pausa, começo a chorar. Esse meu choro, esse meu momento tão frágil, não é tolo, não é um choro qualquer ou simplesmente um choro pela música que me levou pra outro mundo. Choro por perceber que meu momento vulnerável não se deu por um amor não correspondido, ou por um amor acabado, mas por saber que nunca houvera um. 
Por compreender que nunca soube, de fato, o que é o amor, o que é amar e ser amada. 

Labirinto

E em sua incansável busca pelo desconhecido, se perdeu.

Não por não saber procurar, mas por perceber que essa caça teve um único motivo, um único impulso: encontrar a si mesmo.

Ironicamente ao se procurar, acabou perdendo-se. Perdendo-se em um vasto labirinto; um labirinto repleto de sentimentos, sensações e inúmeras perguntas.

Ainda se encontra presa nesse labirinto; encontra-se rodeada por vírgulas, reticências e incontáveis interrogações.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Entender

Não consigo perceber o que é verdadeiro quando falas, seus sentimentos são, sem exceção, uma verdadeira bagunça. Um emaranhado de fios que se demora tempos para achar-se a ponta que desenrola todo o restante.
Você é confusa, às vezes me parece até ter dois pólos. Em um momento está tão triste que leva a entender de que está completamente à mercê de seus sentimentos, sem controle algum por simplesmente não tentar. És, assim, um fantoche. Às vezes tenta se controlar  com o intuito de tornar dona de si, porém as coisas não são fáceis. Na sua cabeça.
E como pode querer algo se não tem coragem de sair em busca? Como pode querer se apenas fica na mesmice? Na espera de algo que certamente não virá.
Assuma seus erros, suas demasiadas esperanças e sua falta de vontade de tirar a bunda da cadeira e correr atrás de seu futuro. Acorde, e veja que você é a única autora de sua história, e se não bastasse, também é a protagonista.
Acorde e escreva o seu livro da vida.
Simplesmente, acorde.


segunda-feira, 13 de julho de 2015

Meu tolo medo

Acredito que todos temos uma música que nos faz pensar em algo, ou que nos faz sentir nas nuvens, ou simplesmente em um mundo isolado cujo há presença de sentimentos variados que correm para não serem descobertos.
Mas por que esses sentimentos fogem?  Por medo?
Sim. Por medo.
Medo de não ser recíproco, de ser contrariado, de ser rejeitado ou pisoteado.
Apenas por medo.

Ainda bem

E a vida é assim: um longo e misterioso livro do qual seu gênero é desconhecido. Apenas saberás sobre ele quando terminares um capítulo, e ainda assim será um gênero breve; a qualquer momento poderá mudar.
Transformar seus risos em lagrimas;
Sua fé em desespero e desemparo;
E sua luz em escuridão.
Mas veja, tudo passa! É um capítulo que se concretiza e dá espaço a outro que se mostra tão misterioso quanto este que passou. E ainda bem, ainda bem que tudo passa. 
Ainda bem.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Sentimentos emprestados

Procuro em todos os cantos palavras, sentimentos, inspirações para poder escrever; para poder desabafar, mas simplesmente não encontro. Recorro então aos sentimentos alheios. Sim, faço isso.
Se não consigo usar os meus próprios então que eu pegue emprestado por um momento para fazê-los meus.
Assim que os uso, percebo que não faz sentido devolvê-los, afinal, não é algo físico.
E o que faço com eles? Não sei.
Posso muito bem analisá-los mais e mais à procura de alguma escrita perdida que deixei passar, posso simplesmente deixá-los de canto no meu interior ou posso incrementá-los em mim mesma, fazer com que eles, de alguma forma, se encaixem nos meus sentimentos pré-existentes.
Tento. Tento colocá-los pertinho dos meus, mas não consigo, parece que o espaço já está todo preenchido. 
Depois de uma longa tentativa frustrada, consigo perceber que meus sentimentos são bem parecidos com aqueles que peguei. Vejo graça, e rio disso.
Percebo, finalmente, que minha inspiração não fora resultado de um empréstimo, mas sim de algo já existente. Percebo então que toda essa minha procura fora tola, pois a minha busca estava em mim mesma que, infelizmente, fingi não ver. Sim, fingi que não existia simplesmente por vergonha. Vergonha de assumir o que sinto.




terça-feira, 9 de junho de 2015

Perguntas

Se fosse possível fazer um pedido, gostaria de pedir respostas.
Respostas para minhas incontáveis perguntas que surgem misteriosamente e que se mostram inquietas e insaciáveis. Não sei se terei o prazer de ter essas minhas indagações sanadas, e nem se terão um fim.
Talvez ter  respostas para as perguntas seja algo bom por um tempo, mas de forma bem passageira, elas se vão e dão lugar para novas perguntas. Perguntas que não se satisfazem mais com as mesmas respostas, mesmo se tentassem.